O projeto Terras Vivas - Turismo sustentável no Património Natural, Agrícola e Comunitário de Santo Antão (doravante, Terras Vivas), enquadra-se na linha da Comissão Europeia “Sociedade Civil em prol do turismo sustentável nas áreas protegidas como fator de geração de rendimentos para as comunidades locais, contribuir a longo prazo para a sustentabilidade ambiental e a melhoria das condições socioeconómicas em Cabo Verde”.
A presente proposta de ação nasce da experiência acumulada de mais de 40 anos de existência e atuação no terreno pela Associação dos Amigos da Natureza (AAN) e pelos seus parceiros co-requerentes, CERAI, aCtuar, AMSA e ICTA (mais recentemente). As áreas protegidas, a agroecologia, a patrimonialização dos ativos naturais e agrícolas da paisagem rural, o turismo comunitário e inclusivo rural e baseado na natureza, são áreas trabalhadas já há alguns pelos promotores da proposta e que permitem descrever a trajetória desta proposta.
As áreas protegidas de Santo Antão, e os sistemas agrícolas destas dependentes, constituem juntamente com as costas e a atividade pesqueira artesanal, talvez a principal “foodshed” tanto de Santo Antão como da ilha vizinha de São Vicente. A patrimonialização do ecossistema e do sistema agrícola (agro-eco-sistema) coincidentes nestas áreas tão importantes para a segurança alimentar foram já objeto de estudos e análise conjunta com parceiros e beneficiários locais, realizados pela AAN com a aCtuar e o Ministério de Agricultura e Ambiente, com o suporte da FAO, propondo assim uma possível candidatura de Santo Antão à Património Agrícola Globalmente Importante (GIAHS/SIPAM).
Os Resultados Esperados do Terras Vivas são:
A patrimonialização do agro-eco-sistema da Ilha Santo Antão enquanto instrumento de conservação dos recursos naturais e de coexistência com a atividade socioeconómica e a segurança alimentar das comunidades humanas localizadas nas áreas protegidas;
Uma governança participativa do agro-eco-sistema de Santo Antão baseada no reforço das capacidades das comunidades locais de organização social, gestão agroecológica do território, de diálogo com as autoridades, de defesa dos direitos, de liderança e participação nos processos de decisão e de mudança;
Geração de novos rendimentos e de formas de ocupação entre jovens e mulheres rurais, através do apoio a iniciativas familiares, associativas e municipais de ecoturismo, agroturismo e turismo comunitário, capazes de interagir em rede com os operadores turísticos e aumentando a oferta de serviços e produtos nas áreas protegidas.
Objetivos
Promover a gestão sustentável dos recursos naturais e o bem-estar das comunidades rurais localizadas nas áreas protegidas e zonas de amortecimento da Ilha de Santo Antão através da patrimonialização do agro-eco-sistema coincidente nestas áreas, da tutela da sua capacidade produtiva, sua gestão participativa e valorização turística, capazes de garantir novos processos de inclusão social, geração de rendimento e segurança alimentar.
Grupos-alvo
Dado o perfil predominantemente agrário das populações, agrupadas em núcleos dispersos e de pequena dimensão, mas unidos por hábitos e costumes que marcam uma identidade singular, deteta-se um enorme potencial, que, porém, necessita de ser sistematizado e qualificado. São grupo-alvo:
526 jovens e mulheres, sendo 50% mulheres, abrangidas pelas iniciativas de turismo e de formação promovidas pelo projeto;
14 associações rurais/comunitárias localizadas nos três Parques Naturais e relativas zonas de amortecimento da ilha de Santo Antão. A ilha de Santo Antão possui um total de 19.663 homens (53%) e 17.287 mulheres (47%). A ilha possui uma população razoavelmente jovem, com uma idade média de 39 anos, e tendência de envelhecimento.
Os/as beneficiários finais são os 1.020 agregados familiares que residem nas três áreas protegidas de Santo Antão e zonas de amortecimento, o qual corresponde a cerca de 4.080 habitantes, sendo 48% de sexo feminino.
Duração
Produtos
Status
Ativo.
Financiado por
CE - Comissão Europeia;
FAO Cabo Verde - Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação.
Parceiros